Fred Schneiter nasceu Friedrich Schneiter em Salvador/Bahia, em 03 de outubro de 1959.
Após abandonar o terceiro ano do curso de engenharia elétrica, na Bahia, aos 20 anos, foi para o Rio de Janeiro em 1982 e iniciou seus estudos de violão com Luiz Antônio Perez decidido a ingressar no curso de bacharelado em violão na UNIRIO.
Participou de diversas formações cameristicas atuando como solista, em duos de violões, trios, quartetos e orquestra de violões e em conjuntos de música antiga.
Despertou muito rapidamente sua vocação para a composição que é dedicada principalmente para o violão. Também compôs uma peça para coral e outra para clarone, flauta, violino e violoncelo que são as únicas que não incluem o violão.
Em 1987 concluiu o Bacharelado em Violão na UNIRIO, com Turíbio Santos, e formou o Duo Barbieri-Schneiter com o qual ganhou notoriedade e atuou por 14 anos com intensa atividade em concertos no Brasil, além de Portugal, Suíça, Áustria, Itália, México e Argentina. Com o Duo gravou 3 CDs no Santuário Ecológico do Caraça, em Minas Gerais (Brasil). O primeiro CD (Duo Barbieri-Schneiter no Caraça) foi lançado em 1996 e é dedicado aos compositores e violonistas brasileiros Dilermando Reis, João Pernambuco e Garoto, além de composições do Duo. O segundo CD Duo Barbieri-Schneiter 10 anos comemora os 10 anos de carreira do Duo, em 1997, e tem seu repertório voltado às composições de A. Vivaldi, D. Scarlatti e Astor Piazzola. Como sempre as composições dos dois integrantes do Duo estão presentes e neste CD está incluída a composição de Fred Schneiter “Fantasia 521”, para dois violões, que obteve o primeiro lugar no Concurso de Composição do I Ciclo de Violão, realizado pela AABB/SP em 1991. O terceiro CD Duo Barbieri-Schneiter interpreta Barbieri & Schneiter foi lançado em 2000 e é totalmente voltado para as composições do dois integrantes do Duo. Após residirem por dois meses no Santuário do Caraça eles escreveram duas suítes intituladas “Suíte Caraça” para dois violões. A suíte de Fred Schneiter conta com 7 movimentos e a de Barbieri com 5 movimentos. O repertório do CD além destas composições é completado por outras obras dos dois violonistas.
Sua obra foi escrita principalmente para violão solo e duo de violões e está sendo editada no Brasil, EUA e Itália.
Além de seu trabalho como compositor e interprete Fred Schneiter dedicou-se às artes plásticas deixando alguns trabalhos que são as influências de seu pai, que era artista plástico amador e das amizades travadas com grandes artistas plásticos, como os baianos Mário Cravo e Mario Cravo Neto, Cezar Romero e carioca José Maria Dias da Cruz entre outros. Seu bisavô, um suíço de nome Joseph Schneiter e que ele não chegou a conhecer, também era pintor e talvez de quem Fred tenha herdado este talento.
Fred gostava de fotografar e, nas horas vagas, escrevia poesias o que o levou a escrever um livro ao lado da poetisa brasileira Cyana Leahy intitulado “Duetos – Poemas dos tempos”, lançado postumamente.
Elaborou e coordenou vários projetos musicais, desde 1991, envolvendo grandes violonistas brasileiros como Carlos Barbosa-Lima, Turíbio Santos, Marco Pereira, Paulo Belinatti e Henrique Pinto além de jovens talentos da época que hoje são importantes violonistas como Paulo Pedrassoli e Zé Paulo Becker.
Produziu e apresentou o programa “Violão & Cia” para a Rádio Opus 90 em 1999 e foi um dos fundadores da AV-Rio – Associação de Violão do Rio, em janeiro de 2001, associação que tem se destacado na divulgação do violão no Brasil.
Apesar de sua morte prematura, Fred Schneiter deixou um precioso legado: uma importante obra para violão solo e duo de violões, além de composições para quarteto e trio de violões, quarteto de cordas e sopros, coral e um grande número de arranjos e transcrições para dois violões. A Columbia Music Company (EUA) editou a “Suíte Nº 1”, para dois violões, a Goldberg Edições Musicais (Brasil) editou várias obras para violão solo e a Marcos Vinícius Guitar Collection/Edizioni Carrara (Itália) editou o “Álbum de Família”, para violão solo.
Fred Schneiter conquistou em pouco menos de duas décadas, um lugar no seleto grupo de violonistas compositores onde encontramos Villa-Lobos, Garoto, Leo Brouwer e Agustín Barrios, entre outros.
Faleceu no Rio de Janeiro, aos 41 anos, no dia 05 de maio de 2001 vitima de infarto.
Após sua morte foram realizadas homenagens no Brasil, Suíça e Uruguai. No Brasil acontece, desde 2002, a Mostra e Concurso Nacional de Violão Fred Schneiter.
O “Catálogo Geral e Revisão Crítica da Obra para Violão Solo de Fred Schneiter” foi o tema da dissertação de mestrado de L. C. Barbieri/UFRJ (2012) que teve orientação da Dra. Márcia Taborda.